Poesias de Maria

POESIAS DE MARIA ? a minha l?grima em gota  Que cai nas p?ginas deste livro singelo, Sem pretens?o, sem beleza, cada verso adota  Da minha alma, todo o meu amor e desvelo. S?o versos simples sem a formosa est?tica, Sem regras, sem normas, rudes e desatentos, Mesmo n?o contendo belas rimas e m?trica  Foram escritos com todo o meu sentimento. Escrevi este livro em noites insones, incalmas, De rimas pobres, mas repleto de anseios. Nas suas p?ginas fulgurando o ardor d'alma  E do meu cora??o amoroso, tanto enleio. Nenhum verso ? belo ou perfeito, Mas todos retratam a minha vida, Que de tanto amor perfeito no peito, Revestem-se de pureza e ternura embelecida. Eu sei, que a poesia, para ser lida, Tem que ter rimas belas de modos diversos Para cantar a beleza do amor e ainda Ter m?trica para que sejam perfeitos os versos. Tem que ter o riso e o solu?o do amor  De quando a terra palpitante adormece  A tristeza e o sil?ncio da dor  Como se fosse do cora??o uma prece. Tem que ter as cores do firmamento, Do c?u ?ureo, anilado e estrelado, Das flores fragrantes aromas e alentos  "E dos puros incensos, odores perfumados. Tem que ter a profundeza do mar, Os anseios inquietantes da natureza, Dos p?ssaros a sonoridade do gorjear  E da melodia, a enternecedora beleza. Tem que ter a suavidade da brisa  E a for?a violenta do furioso vento, A placidez do rio manso que desliza  E a magia do ocaso suave e lento. Tem que ter a ternura do doce beijo  O encanto do sorriso alegre e bonito, A insacidez do ardoroso desejo  Que arte no peito amante e aflito. Tem que ter o sal da l?grima pura, Das dores o sofrimento profundo, Das m?os a carinhosa, c?lida ternura  E do olhar, o meigo brilho fecundo. O branco tem a claridade do dia  Quando os raios solares cintilam, O negro tem a beleza que preludia  A noite quando as estrelas brilham. A natureza ? s?bia, entende de vida,  Criou para o universo a noite e o dia; A noite ? a continuidade interrompida  Do dia quando ele adormece e se esfria. N?o existe dia se a noite n?o houver, N?o h? noite se antes n?o veio o dia, Mas os dois juntos, entrela?ados se quer,  Formam um par de vida que reinicia. " As cores s?o de diversas tonalidades  Diferentes, mas todas s?o muito bonitas,  Providas de sutis sensualidades, Todas s?o de uma beleza infinita. Se n?o houvesse a cor preta, escura, As outras cores n?o se sombrariam  E n?o havendo sombras nas figuras, Os desenhos e formas n?o se formariam. Na alma do branco mora a triste alegria  Que se enternece e beleza irradia, Na alma do negro mora a meiga melancolia  Que sensibiliza e traz terna magia. E com essa compara??o singela  Mas com tanta sabedoria galante, As cores podem criar pessoas belas, O que isolado n?o tem tanto encanto. ? que o branco n?o ? o l?rio belo  Como o negro n?o ? o belo arbusto,  Contudo, os dois juntos em doce anelo,  S?o capazes de dar primorosos frutos. E esses frutos vi?osos e fortes de fato, Que enfeitam da vida e os barrancos, S?o os formosos mesti?os mulatos, Produto dos amores do negro com o branco. O tempo impiedoso tudo desbarata, Nada deixa dos belos e jovens anos,  Impiedosamente destr?i e maltrata  Trazendo somente dolorosos danos. O tempo implac?vel tudo desgasta, Nunca perdoa os erros e os enganos,  Implacavelmente desfigura e mata  " As belezas e as for?as pela corrida dos anos. Os estragos n?o ficam s? no corpo, Pelo cora??o e n'alma se espalham, N?o existe firme e seguro porto  Que o tempo n?o estra?alha.